segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Testemunho do Ev. Bruno Oliveira (Parte II)

Ev. Bruno Oliveira e sua irmã Marilyn de 14 anos
O Calor em São José dos Campos era grande, sentei a beira de uma muretinha de granito que dava formato ao belo jardim a porta do hospital enquanto minha família dava entrada nos papéis, quando mamãe saiu da recepção e veio até mim perguntei se teria de ficar internado, ela tentou ser delicada ao máximo comigo, como minha mãe o seu coração já se preparava pela situação que eu iria passar.

Parece hoje... Era o ultimo quarto do corredor, isolamento, a suspeita de meningite era muito séria para me colocar em quartos comuns, a janela era alta e pequena, havia uma cama encostada no canto esquerdo de quem entrava, ao lado direito uma poltrona, na qual meus pais revezaram noites de sono, o tom leve acinzentado na parede me causava um sentimento triste, os barulhos dos carros passando pela avenida nunca cessavam, só diminuíam durante a noite. Foram dias intermináveis. Fui submetido a um exame onde uma seringa perfurava minha coluna até minha medula óssea, onde eu deveria estar deitado de lado de cócoras, foram necessárias três pessoas para me segurar, minha mãe segurou minha cabeça, orou, pediu a Deus que me anestesiasse, a agulha penetrou, saiu, me seguraram até um líquido terminar de ser recolhido através do minúsculo orifício aberto em minhas costas. O médico se surpreendeu, e comentou com meus pais sobre a dificuldade de fazer aquele exame em adultos devido à dor, mas em mim houve uma certa tranqüilidade em realizá-lo, naquele momento tivemos a certeza de que Deus estava no controle da situação. A verdadeira paz só é alcançada em meio às lutas quando temos a certeza de que Deus está no controle. Foi esta certeza que moveu nosso coração.

A enfermidade foi piorando, fui perdendo gradualmente os movimentos do corpo, minha fala agora estava completamente comprometida, visto que minha boca só emitia sons distorcidos. A fé que minha mãe possuía em meio a esta situação me animava, ela não me passava insegurança em nenhum momento, seus olhos carregados de ternura traziam consigo um mar de confiança em Deus. Para ela Talvez fosse um pouco difícil aceitar a vontade de Deus sobre a minha vida, não é fácil olhar para seu filho outrora saudável, travesso, brincalhão correndo pelo quintal, após vê-lo em uma cama de hospital, pálido, com medicamentos controlados, impossibilitado de ter uma vida normal e dizer que isto é a vontade de Deus. Seria Deus tão carrasco assim? Submeter uma criança que foi criada nos seus preceitos a tal situação seria algo de um Deus que todos dizem ser tão bom? Não sou melhor que Jó. Na verdade sou grato a Deus, pois esta enfermidade não me fez vítima de um destino cruel, mas me mostrou quem eu sou, eu sou um vencedor.
(continua...)

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