A obra vicária de Cristo foi a coroa da salvação, levou sobre si os pecados de toda a humanidade, dando em troca a sua “GRAÇA” a aqueles que para Ele se voltasse. Após a morte de Cristo recebemos a chance de tornarmos objetos de sua Graça, que significa favor imerecido, sabendo que se por adão entrou o pecado, por Cristo veio a remissão. O apóstolo Paulo na carta aos Romanos cap. 5 e verso 20 nos declara que onde abundou o pecado, superabundou a graça, no momento em que a palavra “superabundou” aparece em contrapartida com abundou, vemos que os pecados foram muitos, mas a graça foi maior. Desta forma compreendemos o valor de abandonarmos nossa antiga vida e entendemos o peso da atuação da Graça. Mas a igreja hodierna deturpou o significado da “GRAÇA”, com o tempo os filhos da graça se tornaram as armas da soberba, o que era para servir de testemunho se tornou motivo de julgamento, ter conseguido vencer os erros latentes criou pretensão de superioridade sobre os demais e agora onde abundou o pecado superabundou a soberba.
Acompanhe algumas pessoas indo para a igreja, aparentemente deixaram seus pecados, não falam palavrões, não adulteram, não são bêbados, viciados, não roubam, não matam, sua roupa grita “SOU CRISTÃO”, se observar melhor talvez enxergue auréolas sobre suas cabeças. Não estou generalizando, mas converse com este grupo de pessoas, abusam dos fracos, criticam os que não possuem a mesma fé de forma arrogante, ele não possui erros, mas o vizinho..., ressalta os erros do próximo por não possuir qualidades o suficiente para se promover, compraram o céu e acredite, eles possuem o livro da vida, podem definir quem vai para o céu e quem vai para o inferno. Sair do lixo não nos dá o direito de criticar quem ainda está lá. O pai do ex-drogado fala mal daquele que não largou o cigarro, mas não presta para ajudar, o que roubava, sentencia o filho rebelde ao inferno, mas não mostra o caminho para o céu. Se gaba de seus feitos e sua família perfeita de tal forma que temos até vergonha de congregar com pessoas tão perfeitas. Mas quem somos nós? De onde viemos? Somos tão presunçosos quanto aos que vão para o inferno que esquecemos que muitos de nós ficarão no arrebatamento.
Mateus 7.21-23: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade
O mundo está em busca de amor, compreensão, paciência, perdão, e onde ele encontrá-lo é onde ele irá permanecer, seja na igreja ou nas ilusões de satanás. O significado original de evangelho não é “SENTENÇA”, mas “BOAS NOVAS”, anunciar a verdade não nos faz donos dela, mas participantes, o Dono é somente DEUS, a verdade é somente Jesus (João 14.6), e Ele não concedeu a nós o direito de julgar (Romanos 5.1). A igreja de hoje está carregada de pecados camuflados, não por sem vergonhice, mas por medo dos perfeitinhos. O arraial ainda põe para fora os leprosos, esqueceram que Jesus pode curar dez de uma vez se necessário for, pra eles vale mais o próprio orgulho do que a alma de um ser humano, a frase “salvação é individual” não é mais símbolo de responsabilidade, mas uma desculpa para não ajudarmos os que caíram e os que ainda não conhecem a Cristo. Ser diferente do mundo não nos concede o direito de julgá-lo, mas nos oferece condições para transformá-lo (Romanos 12.2).
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